Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concurso.
Já experimentou mentalizar a sua aprovação? Imaginar que você passou no concurso e a vida é muito melhor? Pois é, isso vai diminuir suas chances de ser aprovado. Confira!
Se você estuda para concurso, tem um sonho.
Você quer um futuro melhor, diferente, e sonhar não custa nada. Mas será mesmo? Será que sonhar não custa nada? Qual é o problema de sonhar demais? Até que ponto você tem que estar de olho no seu objetivo e motivado, e até que ponto os sonhos começam a atrapalhar?
Você já assistiu aquele filme antigo “O Segredo”? É um livro também. Ele diz que você tem que mentalizar e sonhar muito para que algo aconteça. Na verdade não é bem assim.
Uma pesquisadora americana da Universidade de Nova York não acreditava nesse negócio que basta você mentalizar e a coisa acontecerá. Então ela fez algumas pesquisas. Ela queria saber o quanto sonhar ajuda a alcançarmos o que queremos. E, na verdade, não ajuda em nada. Pelo contrário, atrapalha.
Como isso acontece?
O nosso cérebro não é muito bom em distinguir a realidade da fantasia, por isso adoramos filmes, entramos numa estória completamente. É difícil. Para o cérebro, às vezes, as coisas se confundem.
E o mesmo acontece quando você está sonhando com aquele futuro melhor, com a sua aprovação, com o dia do sucesso; aquele dia em que você esfregará na cara de todo mundo o Diário Oficial da União.
Isso não é bom. Porque o seu cérebro entende que aquilo está acontecendo, e você inconscientemente começa a tratar como se aquilo já tivesse acontecido. Então começa a se acostumar com a ideia e perde de vista o fato que ainda tem que ralar muito.
Essa pesquisadora fez algumas pesquisas – alguns testes – e descobriu, por exemplo, que mulheres que se imaginavam no biquíni ideal, no maiô ideal, muito mais magras, etc, perdiam menos peso do que as mulheres que não gastavam tempo fantasiando essas coisas.
Ao mesmo tempo outras pessoas – outros estudantes – que fantasiavam o emprego ideal e a vida perfeita não conseguiam empregos melhores, na verdade conseguiam empregos piores do que aqueles que não fantasiavam. E os estudantes que fantasiavam, que sonhavam com aquela nota perfeita – a nota 10 excelente – no final do semestre, tiravam notas piores.
Por que isso acontece?
Por que gostamos de fantasiar, sonhar com a realidade que não aconteceu ainda? Porque é gostoso. Porque é bom. É o equivalente a estar bêbado. Na hora você acha muito legal, muito gostoso, mas depois vem a ressaca.
Como eu falei, o cérebro não diferencia bem a realidade da fantasia e começa a tratar como se aquilo já tivesse acontecido. Isso reduz a sua garra, reduz a sua força de vontade, não só do ponto de vista racional, consciente, mas também do ponto de vista inconsciente.
Inconscientemente você começa a tratar como se aquele obstáculo já tivesse sido superado. Claro que afirmações positivas e um certo otimismo ajudam, não são de todo mal.
Mas temos que medir o quanto levaremos isso adiante. Um pouco de otimismo te ajudará na motivação, naqueles dias difíceis, a se manter na trilha, no objetivo certo. Mas isso por si só não resolve a situação.
Você deve sonhar o mínimo suficiente para saber para onde está indo, para que está fazendo isso. Mas imediatamente deve ter um plano. Deve ter intenções bem programadas, e estas intenções podem ser pré-programadas.
Um outro estudo mostrou – com estudantes universitários – que se você os ensinar a saber o que fazer, quando e como, eles conseguem até 40% mais de alcance de metas.
Não simplesmente dizer “eu vou passar nessa matéria” mas qual matéria? Qual o conteúdo? Como que você estudará? Quantas horas? Durante quanto tempo? Com que frequência?
Essas coisas ajudam a cumprir as metas.
Existem duas palavrinhas mágicas para definir o que fazer e quando fazer: ‘se’ e ‘então’. Se você define certas regras, se imagina os obstáculos que podem surgir, as dificuldades, os pontos de bifurcação na sua vida, e definir “se isso acontecer, então vou fazer tal. Se alguém me falar isso aqui, então eu resolverei de tal forma”.
Se traçar alguns desses planos anteriormente a chance de cumprir, de se manter naquela caminhada, é muito maior. O que você faz é jogar o seu inconsciente para o seu lado. O seu cérebro começará a tratar aquelas situações como uma coisa habitual, uma coisa corriqueira para a qual ele já foi programado. Ele já sabe o que fazer.
É o que acontece com os hábitos. Você faz aquilo frequentemente e não resta mais dúvida do que fazer. Não precisa daquele esforço consciente, da força de vontade para tomar uma decisão, para ter uma ideia e traçar um plano. A coisa já foi pensada antes, basta você executar.
Isso não é nenhuma novidade. Muito antigamente os estóicos já tratavam com cenários de pior situação “Qual é a pior coisa que pode acontecer aqui?” Dessa forma você se prepara e aceita melhor aquelas dificuldades.
Até mesmo as Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos fazem isso.
Numa manhã antes da operação eles passam por todo o plano e falam “Se o helicóptero for alvejado – abatido – faremos X. Se formos jogados no local errado, faremos Y. Se as forças inimigas forem maiores do que a nossa, faremos Z.” Os planos são traçados e todos os cenários possíveis e imagináveis são vividos antes do evento acontecer.
Isso me lembrou uma frase do General Patton da Segunda Guerra Mundial que dizia “planos são inúteis, mas planejar é fundamental” E você pode utilizar uma técnica para isso chamada DROP. Em português seria ‘desejo’, ‘resultado’, ‘obstáculo’ e ‘plano’; nesta ordem.
Primeiro você estabelece o desejo – aquilo que quer alcançar. Depois trata do resultado: “Se eu alcançar esse desejo, na verdade estarei com tal resultado. Estarei trabalhando em tal lugar no cargo tal” E aí você ataca os obstáculos. “Quais são os obstáculos que podem surgir durante a minha caminhada, durante a perseguição desse objetivo?” E por fim, para cada obstáculo você traça um plano.
Veja só como é interessante.
De quebra ainda te ajudará com ansiedade. O que é ansiedade? É o medo do desconhecido. É quando o seu cérebro fica no loop infinito em que não chega em lugar nenhum, mas sabe que a situação não está boa.
“Eu não consegui estudar tudo. A prova pode ser difícil, não sei o que será cobrado, mas estou estudando. Será que estou fazendo certo? Não tem como saber se estou fazendo certo. Ninguém me diz!”
Você fica nessa situação muito solta sem saber exatamente qual é o obstáculo, qual é o plano, então fica ansioso e tem uma crise de ansiedade. Traçando isso você inclusive a reduz. Começa a desenhar certos planos que simplesmente terá que seguir. Então se acontecer um evento X, saberá que deve fazer a coisa Y. ‘se’ e ‘então’.
Mas essa técnica não funciona se o seu plano – seu objetivo – for completamente irreal. Não dá. “Queria ser o presidente do Brasil. Qual é o resultado? Eu tomando a posse lá…” Não dará certo, pelo menos não por enquanto. Você deve traçar outros planos menores no meio do caminho.
No seu dia a dia dos estudos para concurso encontrará obstáculos imprevistos e alguns nem tão imprevistos assim. E se fizer isso, se traçar um plano, se fizer um ‘se’ e ‘então’ para cada coisa que acontece no seu dia a dia fora do seu controle ou que pode vir a acontecer, reduzirá a ansiedade e conseguirá seguir melhor os planos.
Essa mentalização ajuda muito mais do que sonhar com o plano realizado.
Sonhe com os obstáculos, pois dessa forma se preparará consciente e inconscientemente para quando eles surgirem, e levará aquilo com mais segurança, com mais naturalidade. Assim conseguirá manter a sua disciplina e o seu foco.
Se você gostou desse vídeo, clique em curtir. Por favor, se inscreva no canal se ainda não se inscreveu. Esse vídeo foi baseado no trecho do livro ‘Barking Up the Wrong Tree’ de Eric Barker. É um livro bem legal, recomendo. É isso aí. Um grande abraço e até a próxima.
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