Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor-Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concursos.
Como é trabalhar na Receita Federal? Estou na RFB desde 2010 e já passei por 4 setores diferentes. Vou contar aqui um pouquinho da minha trajetória dentro do órgão. Confira!
Estou na Receita Federal desde 2010 e agora encontro-me no quarto setor diferente!
Já consegui “transferência” de setor por 3 vezes. Chamamos isso de “remoção” na Receita Federal. Nenhum dos setores que passei tem relação direta entre eles e eu vou contar que um pouquinho sobre cada um desses lugares que eu já trabalhei para você ter uma ideia de como é ampla a Receita Federal e como tem muita coisa diferente para fazer lá dentro.
Eu entrei em 2010 e fui para inspetoria do Chuí. Sim o Chuí que muitos dizem que é o final do Brasil e que os gaúchos dizem que é o começo. O fato é que esse é o município mais ao sul do Brasil e se você olhar no mapa fica mais para baixo da metade do Uruguai.
No Chuí, que tem, obviamente, uma fronteira, a gente trabalhava com importação e exportação fazia análise de documentação de importação, fazia o Despacho Aduaneiro e aí tinha que analisar a carga, tinha que analisar documentos e tudo mais e de vez em quando fazia plantões de pista, para trabalhar os viajantes que entram e saem do país.
Enfim, era um trabalho basicamente Aduaneiro e um tanto quanto braçal quando tinha que lidar com inspeção de carga, por exemplo, e análise de documento ali na inspetoria, dando uma olhada no sistema para ver se a empresa estava regular ou não.
Era legal! Frio pra caramba, mas foi um trabalho legal. Eu não saí de lá por causa do trabalho, eu saí por causa da cidade. Os meus amigos estavam todos indo para Brasília e estava vendo que eu ia ficar para trás. Eu estava até gostando do Chuí, daquela vida de cidade pequena e tal, mas resolvi vir embora.
Em Brasília eu fui para uma coordenação.
A Receita tem diversas coordenações-gerais. Temos o secretário da Receita, que é o cargo mais alto ali, abaixo dele cinco sub secretários, que cuidam das cinco subsecretarias e cada subsecretaria tem diversas coordenações-gerais.
Não confunda essas estruturas com as Delegacias! Existem cem Delegacias da Receita Federal espalhadas pelo Brasil. Cada uma delas é chefiada por um Delegado. Essa é uma outra estrutura.
Então, quando eu vim para Brasília eu fui para uma dessas coordenações-gerais, a Coordenação de Arrecadação e Cobrança. Basicamente, organizávamos lá o funcionamento da cobrança e da arrecadação da Receita Federal. As coordenações não lidam com contribuintes em si, elas lidam com a estrutura da Receita para trabalhar esses contribuintes.
Como atualmente a Receita é muito forte em Tecnologia de Informação, era basicamente com isso que a gente trabalhava lá: criação de declarações eletrônicas, organização dos sistemas de cobrança e arrecadação, sistemas que geravam relatório para a Receita, era um trabalho muito ligado ao pessoal de T.I. e nós ficávamos mais ligados à análise da legislação, das necessidades de ajustes no sistema, trabalhando em conjunto com o pessoal de T.I. para atualizar e fazer evoluir esses sistemas.
Uma característica forte de lá era o gerenciamento de projetos. Quando você está lidando com sistemas, modificações e novidades, você trabalha com projetos de médio e de longo prazo. Por exemplo, um programa novo, uma declaração nova leva anos para ser feita e, às vezes, uma atualização mais forte o sistema requer 6, 9, 12 meses para ficar pronto se contar desde o desenho inicial do sistema até os testes, homologações e tudo mais.
Então, essa é uma característica desse setor com a qual algumas pessoas se identificam e outras não. Algumas pessoas gostam dessa noção de que você está construindo uma coisa de longo prazo, que cada dia é diferente e de que a coisa não é muito repetitiva e outras pessoas reclamam, por exemplo, que você passa uma semana e você sente que não fez nada, porque nada foi concluído, pois você simplesmente deu um andamento, passou diretrizes processual de T.I. e na verdade não tem nada palpável para dizer que está pronto.
Eu tinha ficado 1 ano no Chuí, quando eu consegui a transferência Brasília e eu fiquei 5 anos nessa coordenação, dentre os quais passei dois anos e meio desses como chefe da divisão. Era a maior divisão daquela coordenação, era bem legal, a gente cuidava de vários sistemas.
Quando eu larguei essa chefia eu pude escolher algum lugar para ser removido. Quando você fica mais de dois anos como chefe com DAS2 na Receita Federal, você pode escolher qualquer lugar dentro da região fiscal para o qual você quer ser removido.
Foi quando eu escolhi ir para delegacia de Brasília, para um trabalho completamente diferente, com foco em restituições e compensações.
Era um trabalho com processos: atender os processos do contribuinte, ter metas, cumprir trabalhos, fazer diversos processos por dia, uma coisa muito mais palpável, um trabalho completamente diferente.
Então tinha pedidos de restituição de pessoa física, muitos pedidos de restituição de pessoa jurídica, pedidos de compensação, que é uma coisa mais comum para pessoas jurídicas para compensarem alguns tributos que elas pagaram a mais para cobrir tributos que estavam devendo.
Eram análises pontuais. Eu fiquei dois anos nessa delegacia, analisando esses tipos de processos em uma dinâmica completamente diferente: produtividade, metas, serviços diários que você vai fazendo, metas mensais, é muito mais palpável saber realmente quanto você está produzindo, se muito ou pouco.
Foi então que surgiu uma oportunidade de eu conseguir transferência para a Alfândega do Aeroporto.
Esse então é um trabalho completamente diferente de tudo que eu já tinha feito! Foi, mais uma vez, uma grande mudança e isso é muito legal dentro da Receita Federal, você ter essa possibilidade de se mover de um lugar para o outro.
Geralmente essas mudanças ocorrem por um concurso de remoção ou quando vai sair o concurso novo. Apesar disso, as minhas últimas 2 remoções não foram dessa forma. Uma foi quando larguei a chefia e essa última foi por uma troca que foi oferecida.
Eu pensei bastante. Na Alfândega do Aeroporto a gente trabalha com plantão de 24 horas por 72. Ou seja, você fica 24 horas lá dentro, não sabe nem está fazendo sol ou se está chovendo, aí depois você fica 72 horas em casa.
Sim, eu sou aquele “cara” agora que fica parando todo mundo lá e mandando para o raio-x, mas é uma dinâmica diferente. Cada vôo tem um foco diferente: mercadoria, drogas, aquela coisa e toda. Estou gostando bastante de aprender sobre isso nesse momento, inclusive. A dinâmica do plantão é bem legal também, estou me adaptando ainda, mas estou achando bastante interessante.
Esse plantão do aeroporto tem poucas vagas, então é razoavelmente difícil conseguir ir para lá. Claro que eu plantão tem essa coisa né, fica 24 horas fora de casa e tal, nem todo mundo gosta. Tem gente que gosta da rotina diária de trabalho, de bater um papo com os colegas e tal mas tem gente que gosta mais de ficar em casa para malhar, cuidar da família ou fazer alguma outra coisa.
Inclusive, quem me acompanha no Instagram está vendo que eu estou postando muito mais da minha vida pessoal agora.
A Receita Federal não gosta que a gente publique coisas no trabalho. Então, quando você fica trabalhando o dia inteiro você fica lá no trabalho e não consegue postar nada. Então, agora que eu estou com essa jornada de 24 horas lá dentro e 3 dias em casa o meu Instagram está ganhando “vida”.
A propósito, se você ainda não me segue, me siga lá no Instagram, @profdiogomoreira . Lá eu posto dicas de estudo, essas técnicas todas e também falo do meu dia a dia, de como que é levar a vida desse jeito.
Estou sempre buscando o ganho de produtividade, conseguir fazer mais gastando menos tempo, conseguir fazer mais coisas, me organizar melhor e tudo isso serve também para quem está estudando para concurso. Então, estou aprendendo várias coisas para mim mesmo e passo algumas dessas orientações novas que estão surgindo, para você conseguir levar o seu estudo de uma forma mais eficaz, gastando menos tempo e utilizando melhor o seu tempo para sair logo dessa vida bandida que é estudar para concursos.
É isso! Se você tem alguma curiosidade a respeito do trabalho na Receita Federal, alguma coisa específica para eu poder responder nas redes sociais, ou se você está começando a estudar para o concurso da Receita Federal agora, deixe aqui embaixo o seu comentário.
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Me desculpe, mas o ultimo lugar que eu queria trabalhar é na Receita Federal, que para mim é um lugar que arrecada o dinheiro dos pobres coitados que trabalham muito para sustentar a sua família e a receita pega parte do seu dinheiro para os políticos roubarem. Sem contar que parece que tem algo assim ” Se houver um deposito maior que R$ 5.000,00 em sua conta do Banco, essa informação vai para a receita; um absurdo por conta de uma porcaria de dinheiro que pode ter origem da venda de uma carro velho que a pessoa vendeu para melhorar a sua situação ou quitar dividas.
Sem contar que quando vamos ao posto de atendimento da RECEITA FEDERAL somos tratados muito mal.
E para finalizar, quando uma divida perante a receita na
ão e paga no prazo os juros são uma “Agiotagem”!. me desculpe mas é o que penso.
Olá Professor Diogo,
Na verdade eu estudo para as carreiras policiais, tenho interesse na receita federal, mas como todo entusiasta, só me interesso realmente pela parte “operacional” da coisa. Pelo que andei pesquisando essa parte operacional se dá na alfândega e nas inspetorias. E esses setores na receita federal não abrangem a cidade onde resido, que é uma cidade de interior, médio porte. No caso eu teria de morar em outra cidade que tenha alfândega ou inspetoria se quisesse continuar trabalhando com repressão, parte operacional na receita federal. A cidade em que moro só tem uma CAC, serviço do qual fujo, rotina administrativa kk. Outra questão sem muita explicação e parecem que se esquivam dela é a do porte de arma, certa vez li um artigo do sindifisco, me pareceu ser o sindicato dos analistas tributários, ao qual que os analistas só tinham porte de arma em serviço fora dele ficavam a míngua, isso ainda é a realidade? Pelo que vi o auditor tem seu porte garantido dentro e fora do serviço? Enfim, minha motivação é mais pela atribuição, essa parte operacional do que explicitamente dinheiro em si, gosto é da emoção, adrenalina isso é possível na receita federal ou a receita não tem essa função policial, não age como tal em suas atribuições? Forte abraço, perdão pela extensão das perguntas kk.