Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor-Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concursos.
Por que resolvi estudar para concurso público? Todos temos nossos motivos, mas eles variam. Necessidade financeira, desejo de estabilidade, um futuro melhor para a família, mais tempo livre de verdade. No meu caso, estava desanimado com o trabalho numa corretora de valores e buscando mais tempo para mim mesmo. E, claro, um salário melhor. E você? Por que você estuda para concurso?
Por que resolvi estudar para concurso público?
Eu trabalhei numa corretora, a XP Investimentos, em Vitória – ES, e era um trabalho muito interessante, muito desafiador.
Apesar de ser formado em psicologia, eu também sou formado em gestão financeira, e eu já estava ali me metendo para o lado dos investimentos, do mercado de ações e, principalmente no mercado de câmbio internacional, Foreign Exchange.
Eu gostava muito disso, era a minha paixão. Trabalhava com isso enquanto fazia a faculdade de Psicologia, então, imagina como a minha cabeça ficava dividida.
Só que em 2008 a gente teve aquela crise gigantesca no mercado brasileiro, ações despencando, circute breaker, com a bolsa batendo -10%, -15%…
Eu me lembro que no meu aniversário a bolsa fechou duas vezes. Bateu -10, depois -15.
Então, assim, estava muito ruim, eram vários clientes posicionados perdendo dinheiro, sem conseguir se livrar da operação. A gente sem saber o que fazer, tentando passar operações de lucro na queda e tal, mas não estava legal.
Além disso, era um trabalho que eu gostava, mas que eu não me sentia muito bem. Eu era um vendedor de operações, e isso… Não foi para isso que eu nasci. Não sou um vendedor. Então, aquilo me deixava um pouco mal também.
Só que eu jurei para mim mesmo que eu não ia estudar para concurso.
Diogo, o quê que é isso? Por que que você está falando isso? De onde você tirou isso?
Meu pai e minha mãe são servidores públicos federais aposentados, eu acompanhei a carreira deles durante muito tempo, e eu vi muitas coisas ruins. Ainda existe, mas existia ainda mais no passado – hoje a coisa está um pouco melhor. Existia muita perseguição, existia muita puxada de tapete.
E, se você é servidor público e está assistindo esse vídeo, você vai com certeza escrever aqui embaixo que existe, e, por favor, escreva, me diga, que eu quero ter uma real noção de como que está hoje em dia.
Só sei que aquelas histórias todas me desagradavam.
Eu falava, “poxa, eu não quero isso, para onde eu estou indo com esse trabalho? Qual é a realização profissional?”.
Então, assim, era cheio de incertezas profissionais, mas eu não queria mesmo estudar para aquilo.
Mas, o dinheiro é necessário.
Eu estava ganhando R$1.500,00 na corretora, era o piso naquela época, e foi uma sorte, porque depois disso o piso diminuiu, imagina, uma corretora que vende operações e fica dando piso salarial para os vendedores – não dá!
E olha que eu tinha feito a prova de Agente Autônomo de Investimento, para poder tirar a certificação e tudo mais, e tirei a nota mais alta da corretora.
Tinha um tempão que eu não estudava muito, a faculdade de Psicologia tinha muita leitura, mas não era aquela coisa assim, aquele desafio e tal, e aí eu fiz, eu peguei uma apostila e estudei durante 10 dias ali a apostila inteira, todo mundo falando que não ia dar tempo, e deu tempo e eu tirei a nota mais alta na corretora.
Aquilo ali me deu uma injeção de ânimo para voltar a estudar. E é importante fazer uns parênteses aqui!
Ah, Diogo, então você sempre teve muita facilidade, você é gênio…
Não sou!
Passei na faculdade de Psicologia em 16º lugar, quem é gênio passa em primeiro, passei no concurso na posição 284, mal sei falar isso em números ordinais, mas o que eu quero dizer é que: eu identifiquei ali um ponto de força e um ponto de motivação.
Com aquilo ali eu passei a acreditar em mim mesmo.
Lembrando: eu falhei no meu primeiro vestibular. Eu não passei no meu primeiro vestibular. Não fui aprovado. Não era mais um bom aluno há algum tempo. Eu era um aluno dos piores na faculdade de Psicologia, porque eu não gostava mais do curso. Eu me formei por formar – quase abandonei lá pelo 7º período.
Todos nós temos que encontrar autoestima e motivação para estudar para concurso. A gente tem que acreditar no que a gente está fazendo. Aquela foi a minha forma.
De que forma você tem que se motivar?
Fazendo um simulado, fazendo questões… E não necessariamente tirando a maior nota de todas aquelas que você comparou. Mas, sim, percebendo a sua própria evolução: “Poxa, eu acertava 60%, agora eu acerto 65%.”
Você tem que saber identificar as suas forças. Isso é fundamental para todas as coisas da sua vida. A gente não vai ser espetacular em tudo.
Apesar da nossa geração ter ouvido falar que nós somos especiais e capazes de qualquer coisa, a gente vai ficando mais velho e percebendo que não. Mas isso é muito mais frequente – perceber que não é especial.
Você tem que identificar suas forças e fraquezas.
Identifique aquilo no qual você é bom. Em quê que você é bom? De que forma você é bom, e em quê que você pode melhorar?
Eu era bom em exatas, por exemplo. Eu gostava de exatas. E aí, estudando para concurso, eu ia bem. Eu comparava minhas notas com uma amiga minha, e ela ia melhor que eu nos Direitos, eu ia melhor nas exatas. E aí eu falei, “pô, legal, essa parte aqui está mais ou menos tranquila. Então, vou focar no Direito, vou atacar o Direito aqui e quero tirar uma nota melhor”.
Entende?
Não tem aquela “Ai meu Deus, eu sou ruim em Direito, não sou formado em Direito, nunca vou entender isso aqui…”. “Ah, Contabilidade é muito difícil, não está entrando na minha cabeça…”.
Esses pensamentos vão só te atacando, vão só te diminuindo.
É muito importante que você perceba a sua força e foque nisso, vá atrás disso.
E aí com a autoestima renovada, eu resolvi atacar o concurso de frente.
Não comecei devagarinho. Não comecei ali, “vou ver como é que é, pegar uma matéria ou outra, experimentar…”, não. Entrei de cabeça. Em 3 dias eu tomei a decisão, falei com o meu chefe, tinha conversado com meus pais que iam voltar a me bancar – não que eu tivesse muitas despesas, não tinha.
Voltei para dentro de casa, passei 9 meses de pijama, do primeiro dia de estudo até o dia da prova.
E como eu já falei em outros vídeos, eu fui radical!
Larguei o emprego. Pessoal chama no meio militar de “queimar as pontes”, quando o exército queima as pontes e não tem mais para onde recuar, é dali para frente.
Queimei as pontes com relação ao meu emprego, voltei para dentro de casa e entrei de cabeça.
Comecei fazendo tudo errado no começo, comecei com um cursinho noturno assistindo aula à noite… Não que isso seja errado, até foi legal porque eu nunca tinha tido contato com Direito.
Mas eu fiquei 2 meses e saí fora. E o curso durava um ano inteiro. Para mim, não era um custo-benefício interessante.
Comprei materiais errados no começo. Me lembro que eu comprei dois livros: Direito Administrativo e Matemática, botei debaixo do braço e fui para um sítio onde um primo meu estava morando, fui passar uma semana lá.
Falei, “vou entrar aqui, ficar nesse sítio, quietinho, estudando e tal, fora daquela coisa da cidade, da movimentação toda, e vou dar esse start.” E assim foi. Uma semana inteira lá com dois livros errados, que não serviram para nada, que eu nunca mais utilizei.
Então, dificilmente alguém começa a estudar para concurso de forma perfeita.
Claro, perfeição não existe para ninguém, mas, para você começar estudando muito, muito bem: contrate um coach, para pegar a experiência dele de anos nessa área e tudo mais.
Nem isso é garantia de nada. Mas, provavelmente, você irá pular todos esses momentos, todos esses errinhos no começo, que a gente demora a se adaptar.
E também tem aquela dúvida, né? “Será que eu estou estudando certo, será que eu vou sair do lugar, será que isso aqui tá legal, esse percentual de acerto está bom ou não?”.
É normal! Se você estuda sozinho, você tem essas dúvidas. É super normal!
Eu tive também, mas eu não me deixava governar por elas. Eu tinha dúvidas, mas eu achava que eu estava fazendo bem, parecia que a técnica era boa e eu fui seguindo adiante.
Eu nunca fiquei sonhando acordado, “ah, como é que vai ser quando eu for aprovado, vai ser assim, assado, eu vou fazer isso, aquilo…”, não me permiti fazer isso.
Não me permiti, “ah essa matéria aqui eu gosto mais”, ou, “poxa, agora é aquela hora daquela matéria que eu gosto menos”… Eu não me deixava julgar. Não me deixava ficar feliz ao pegar uma matéria que eu gostava, e não me deixava ficar triste se eu pegar uma que eu não gostava.
E olhando para trás, a coisa toda parece muito simples, parece que foi tudo muito fácil. Não foi.
Foram amizades que perderam a força, foram hábitos, hobbies que sumiram, foi namoro que terminou entre a primeira e a segunda fase do concurso, enfim. Não é fácil para ninguém.
A diferença, como eu já falei aqui no canal, foi uma disciplina muito grande. Uma coisa ali estônica mesmo. Dedicação total.
E, justamente por saber de todas as coisas ruins que acontecem durante essa fase, todas as dificuldades que a gente passa, é por isso que existe esse canal, é por isso que eu gosto de ajudar, é por isso que eu tiro dúvidas por e-mail, no Instagram, Facebook…
Recebo dezenas de mensagens todos os dias, tento responder a maioria.
E, assim, eu sei que é uma fase muito ruim!
Eu sei que é um momento difícil na vida que você não faz nada, não conhece ninguém, não pega ninguém, não tem dinheiro para viajar, para fazer nada, todos os dias são iguais…
É assim mesmo! Mas no final tudo compensa.
Desde que eu passei para concurso, eu já rodei o mundo inteiro conhecendo cidades, pessoas, lugares, aproveitando mais a vida… Foi um amadurecimento muito grande.
Quando eu passei, eu fui morar no Chuí. Então, morei na fronteira do Uruguai, lá num lugar completamente isolado, tudo isso foi uma experiência muito interessante, muito grande, e a minha vida nunca mais foi a mesma.
Então, assim, sei que é difícil, mas também sei que se você está estudando para concurso, você não fica pensando em voltar para a iniciativa privada. Isso não existe mais. Isso ficou para trás.
Então, o que você tem que focar em fazer é melhorar.
Aquela frase que: você não estuda para passar, você estuda até passar é muito verdadeira.
Já vi casos de pessoas que eu olhava assim e falava, “pô, esse não vai passar tão cedo”, e passou.
Muita dedicação, muita disciplina, técnicas boas… e uma hora você chega lá.
No final das contas, tudo isso vale a pena.
São 1, 2, 3 anos de ralação, 4 ou 5, mas no final tudo vale a pena. Você está falando aí de 50, 60 anos para frente, de tranquilidade, de uma vida melhor. Para você e para a sua família.
Então, é isso!
Foi legal fazer esse bate-papo aqui e eu queria que esse bate-papo fosse em duas direções.
Escreva nos comentários como que está sendo essa experiência de estudar para concurso.
Se você já passou em algum concurso, como é que foi, como é que foi a sensação, o quê que isso alterou na sua vida… Deixe seu comentário aqui para as outras pessoas verem também e verem que o outro lado é muito bom e que vale a pena passar por tudo isso. Vai ser muito legal!
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Muito obrigado e até a próxima!
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Olá Diogo boa tarde. Me identifiquei muito com um momento da sua história quando disse que jurou para si mesmo nunca faria concurso. Mas, com uma diferença que já fiz alguns e até tive aprovação em um,contudo ao passar para a próxima fase não tive êxito, e em outro fui aprovada, mas não tive uma boa classificação. Sendo assim não quis tentar mais. Porém, algo vem me cutucando para fazer, assim decidir pesquisar alguma coisa sobre o assunto. O noivo de minha sobrinha compartilhou comigo sua história e achei muito interessante. Bem, estou pensando em fazer o concurso do INSS em minha cidade (Salvador – BA). Mas, quero fazer diferente. Quando eu fiz vestibular (sou graduada em Adm. com Habilitação em Gestão de Negócio) eu fiz vários cursinhos que não resultou em nada, assim decidir estudar em casa e com foco. Concluir a graduação em 2009. Fiz estágio em um Secretaria do meu estado e depois que concluir fui trabalhar como REDA e posteriormente como cargo de confiança. Sair para montar meu próprio negócio, mas não deu certo. Agora sinto falta demais da Secretaria. Atualmente estou como secretária de um empresa com carteira assinada mais sem expectativa de crescimento. Por isso decidi voltar a estudar para concurso. Vi em seus vídeos uma possibilidade. Gostaria muito de fazer a Academia ou o Coaching contigo, porém no momento não posso fazer este investimento, por isso vou te seguir e aproveitar todas as suas dicas. Muito obrigada. E continue realizando esse trabalhos de ajudar as pessoas. Isabela Rocha
Olá, Isabela!
Muito obrigado por ter compartilhado a sua história.
Possuo no meu canal do YouTube uma playlist com dicas valiosas e gratuitas a respeito de técnicas de estudos: https://www.youtube.com/playlist?list=PLvr-WtPRRLaDIJIlhMwUpUrEXzaZfm27P
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Se você tiver qualquer outra dúvida sobre técnicas de estudos, envie nesse link: https://goo.gl/QYNfjc terei o maior prazer em responder ou talvez grave algum vídeo a respeito.
Espero ter auxiliado, sucesso nos estudos!
Abs!
Boa tarde prof, Fazem 3 dias que assisto seus vídeos um atrás do outro, e tenho gostado mto, porém eu estava mto curiosa sore sua formação, qdo ouvi “psicólogo” fiquei feliz por um segundo até ouvir a palavra “finanças”!!
Qdo ouvi o “psicólogo” por um segundo achei que eu “turismóloga” tbm conseguiria, mas vc tem habilidade com contas, só isso já te coloca a frente de mta gte!E deve ter sido isso que o ajudou a passar em 9 meses.
Fiz pós graduação na FGV em 2011 e a matéria que eu mais odiava era matemática financeira e matemática quantitativa , e só passei pq contratei uma professora particular na época, e passei na média!!
Gostaria de saber se vc tem mtos alunos como eu que não tem facilidade com cálculos, e se algum deles conseguiu passar no concurso e exercer o cargo.
abs, Lara Koury de Carvalho