Olá, meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor-Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concursos!
O chamado “fim da estabilidade no serviço público” reacendeu aquela chama de ódio contra o servidor público.
O que mais se ouviu foram críticas indiscriminadas àqueles que são aprovados nas provas mais difíceis do Brasil. Como, então, que essa gente inteligente e dedicada aos estudos consegue uma fama tão ruim depois? A culpa é mesmo deles, dos servidores? Não!
O projeto de lei que facilita a demissão do servidor público foi a notícia da semana passada. E, como sempre, começou a onda de ódio.
Nossa sociedade adora provocação, o escárnio e o insulto. Todo mundo é muito rápido em apontar dedos e dizer o que é e o que não é.
Na hora de falar mal do servidor público e reclamar da sociedade, são todos cidadãos exemplares.
Você joga lixo no chão, você fura fila, você estaciona em local proibido. Mas na hora de reclamar da sociedade, na hora de falar especialmente do servidor público, são todos o próximo “santo cristão”, bento e impecável.
Eu sou servidor público federal. E a não ser que o seu nome seja Ministério da Fazenda, você não paga o meu salário. A sua participação é parte insignificante do meu salário.
Você não vai chegar na porta da fábrica da Coca-Cola e sair gritando ordens simplesmente porque você toma duas latinhas por semana.
O dinheiro de toda a sociedade gira e faz andar toda a economia, indiscriminadamente. A sua ínfima contribuição sobre o meu salário não te dá o direito de achar que você é o meu dono.
Aliás, a não ser que o seu salário seja maior do que o meu, eu contribuo para ele mais do que você.
Eu ganhava 1.500 reais na iniciativa privada, ralava sexta-feira à noite, ralava sábado o dia inteiro, resolvi sair dessa vida.
Tomei a atitude que poucos têm coragem de tomar que é largar o emprego e voltar para dentro de casa para estudar. Passei num concurso por mérito meu, meu suor e minha dedicação.
Não fui indicado por ninguém, não tenho nenhum padrinho.
Da noite para o dia passei a ganhar 10 mil reais líquidos, grandes aspirações profissionais, grandes responsabilidades. Salário de executivo.
E aí? Que tipo de sistema de trabalho eu encontrei?
O sistema de Gestão de Pessoas do serviço público é altamente ineficiente há décadas, e nada muda. Se você trabalha bem, a sua recompensa é nenhuma. E quem trabalha mal, não sofre punição. Essa é a realidade. O sistema é engessado.
Quer ter a raiva de alguém? Odeie o jogo, não o jogador. As regras estão na mesa há décadas, o jogo sempre foi assim. Trabalhar pouco é eticamente errado, moralmente condenável, mas nem todo mundo nesse mundo é idealista.
Eu tenho amigos que eu admiro e que dão o sangue pelo serviço público, dão murro em ponta de faca, ralam, fazem tudo o que podem para conseguir algum resultado.
E o resultado é depressão, é enxaqueca, é calvície, é estresse, e no final das contas, sempre perdem. A máquina burocrática sempre emperra.
Mas há também os pragmáticos. Aqueles que não tem a chama da motivação ardendo dentro de si e que não conseguem encontrar o caminho da luz sozinho.
Para eles, o serviço público é um túnel de escuridão. Não há recompensas, não há punições, não há sequer um reconhecimento por um trabalho bem feito. E você vai me dizer que essa pessoa está errada? E você vai ofendê-la?
É como se eu te ofendesse porque no domingo à tarde você fica sentado no sofá sem fazer nada, em vez de estar lá fora aproveitando a vida, praticando esporte, conhecendo lugares…
Que tal se eu te ofendesse porque você está gordo demais, ou magro demais, ou sedentário demais? O que você ia achar? A motivação não tem que partir de dentro de você? Não é esse o princípio que você aplica quando julga o servidor público?
Ah, você não é obrigado a ter a motivação de fazer a coisa certa sempre, né? Mas o servidor público é.
Ou o você tem essa motivação dentro de você, ou não tem. E você não é obrigado a tê-la. Você não é obrigado a carregar o sistema nas costas. E você não tem o direito de julgar e ofender o servidor público.
Quer ver o serviço público melhorar? Vamos cobrar a produtividade sim. Vamos facilitar a demissão daqueles que não fazem nada. Eu sou a favor. Mas vamos brigar também pela despolitização dos órgãos públicos.
Nós temos corpos técnicos excelentes espalhados pelo serviço público. Concursados aprovados em provas dificílimas, gente acima da média, acima mesmo. E essa gente, no final das contas, é sempre limitada pelas políticas, pelos alto-escalões que são todos indicados politicamente.
Os ministros são políticos, os chefes dos órgãos são políticos, os conselheiros do Tribunal de Contas são políticos, vide o Rio de Janeiro.
O sistema é todo desenhado para que o poder se perpetue, para que a burocracia sempre emperre. Para que a solução ótima nunca seja encontrada. Porque a ineficiência favorece aqueles que estão no poder.
E você aí sentado no sofá, balançando a cabeça, assistindo Boechat, e achando que a culpa é do servidor público.
Se tivéssemos comandantes técnicos, concursados, no lugar de ministros ou chefes de órgãos indicados politicamente, teríamos políticas de longo prazo, teríamos ações com resultados a serem colhidos depois, e não ações populistas, irresponsáveis e inócuas.
Teríamos planejamento estratégico, teríamos produtividade, teríamos resultado.
Mas não temos. E você aí jogando lixo no chão, estacionando em local proibido, furando fila, e achando que o problema do país é o servidor público.
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Muito obrigado e até a próxima!
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Colega,
Também sou servidor AFRFB, há 21 anos.
Concordo com o que vc disse, mas talvez você seja novo e idealista e não saiba que o sistema não gosta de pensamentos independentes e inovadores.
Admiro sua coragem, mas tenha cuidado porque farás inimigos que gostam de palmas e medalhas. Muitos deles poderosos.
Mais dia, menos dia virão atrás de vc. Esteja preparado e muito boa sorte. Eu já perdi as esperanças.
Um abraço.
É exatamente assim. Infelizmente, o sistema é mais forte que o nosso esforço individual. Existem muitas barreiras, bloqueios, burocracias que impedem a melhoria da nossa vida, como um todo, dentro do setor público. É quase impossível visualizar uma mudança positiva no ambiente do setor público no Brasil. É muita politicagem, correntes ideológicas, dentre outras picuinhas que acabam atrasando a vida do servidor. Nós encontramos um sistema tão engessado. Temos que cuidar do nosso emocional e não absorver os problemas das instituições, que são muitos.