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FORÇA MENTAL não é intensidade ou motivação

Por 22/06/2020junho 24th, 2020Dicas, Técnicas, Videos

Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concurso.

Todos os aprovados demonstram grande força mental para vencer os obstáculos e manter a disciplina nos estudos para concurso público. Veja agora o que é força mental e como eu desenvolvi a minha rumo à aprovação.

 

Força mental não é questão de intensidade.

 

Como você desenvolve a força mental dos aprovados para passar em concursos ou em qualquer outra prova? Quando comecei a estudar para concurso, achei que força mental fosse intensidade. “Tenho que estudar, aprender muita coisa, então vou entrar de cabeça”.

Não sabia o que fazer, não tinha a menor ideia do que estava fazendo, isso foi no início de 2009 e não existia Facebook, Whatsapp. Fui a uma livraria, escolhi dois livros de concursos e comecei por esses dois. Após isso, fui para uma fazenda de um primo porque não teria distrações, levaria uma vida tranquila e me dedicaria completamente aos estudos.

Fui e entrei de cabeça. E deu tudo errado, nada daquilo funcionou. Fiquei uma semana e voltei para casa com o “rabinho entre as pernas” porque simplesmente não estava funcionando.

A começar pela escolha dos materiais, eu comprei dois livros ruins, não eram livros bons para concursos, peguei duas matérias apenas, depois descobri que eram vinte matérias no total para a prova de Auditor, não sabia quais eram as mais importantes, quais precisavam de mais atenção, não sabia nada e fui com intensidade.

Eu estudava de 3 a 4 horas por dia, dava aquela enrolada para começar de manhã, aí parava porque vinha a hora do almoço, demorava para voltar depois do almoço, o dia passava e eu estava livre o dia inteiro numa fazenda e estudava de 3 a 4 horas por dia.

 

Não estava funcionando e resolvi voltar para casa.

 

Uma analogia que posso fazer é que de repente resolvi participar de uma competição de natação de sprint, aquelas de tiro curto de 50 a 100 metros, e eu não sabia nem nadar direito. Fui, me joguei na água com toda força e nem sabia a direção da raia que eu tinha que ir. Não sabia nada.

Fui com muita intensidade no começo dos estudos e sem direção, morri afogado. Voltei e pensei: “vou procurar um cursinho porque lá eles ensinam a estudar e passar em concursos, então, vou lá seguir o que eles ensinam”.

Tinha 26 anos, tinha feito vestibular uns anos antes, 5, 6 ou 7 anos antes, então estava acostumado com aquela metodologia. Sentei e comecei a assistir a aula no cursinho tele presencial.

Foi bom por diversos motivos, por exemplo, descobri quais eram as matérias que tinha que estudar no começo da preparação, mas, principalmente, conheci outras pessoas que estavam estudando para concursos.

Hoje em dia, para vocês isso é bem mais fácil com Instagram, Whatsapp, Telegram, com grupos de Facebook, apesar de que é meio tumultuado e barulhento. Mas naquela época era muito difícil, então fiz alguns colegas naquela turma do cursinho tele presencial e começamos a trocar informações.

Tinha um grupinho de e-mail (olha que coisa antiga), trocava dicas de material, sugestão de material, sugestões de livros de questões, simulados, coisas assim e gerou muita informação legal e permitiu que eu tirasse algumas dúvidas, mesmo que elas parecessem mais básicas para mim.

 

Era um grupo que funcionava muito bem.

 

Eu, inclusive agora enquanto estou gravando esse vídeo, poucos meses atrás, resolvi replicar isso. Criei uma comunidade de concurseiros, estou lá dentro, tem minhas vídeo aulas, minhas metodologias de estudo, lives, mas existem um fórum de discussões que é só de concurseiro para concurseiro, também tem um blog que é escrito só por concurseiros.

Ou seja, peguei alunos do Coaching, seguidores antigos que estavam comigo há muito tempo e juntei todo mundo dentro dessa comunidade e está sendo muito legal essa troca de experiência. O feedback está muito positivo e a galera está gostando bastante.

Tem dúvidas desde a “como melhoro em Português” ou “qual melhor material de Português” ou “para quem tem dificuldade em Raciocínio Lógico, como vocês fizeram”. Tem umas discussões muito interessantes alí dentro com muitas experiências próprias bastante interessantes e a galera está se ajudando lá dentro.

Se você quiser conhecer (o intuito do vídeo não era esse), clique AQUINo cursinho, conversando com outras pessoas, eu estava buscando e ganhando direção. Estava formando a base do que precisava para estudar para o concurso e ter um rendimento bom.

Eu simplesmente evoluí. Agora surgiu um novo problema (vamos evoluindo e os obstáculos vão ficando diferentes), estava estudando em casa com 2, 3 horas por dia, às vezes 4 horas e, à noite, assistia aula no cursinho.

Eu achava que era pouco fazer 3 horas líquidas por dia tendo o dia inteiro livre, mas assistir o cursinho à noite me deixava mais cansado. Além disso e, principalmente, a partir do momento em que tive uma base e entender alguma coisa das matérias, eu achei o cursinho lento.

Eu achava muito lento assistir vídeo aulas (era tele presencial, o professor dava aula ao vivo e, de repente, aparecia uma projeção da imagem) e não tinha como acelerar, me distraia e pensei: “estaria rendendo mais dentro de casa”. Aprendi como é que estudava, mas encontrei um novo obstáculo: a velocidade.

 

Aquilo estava muito lento.

 

Em um primeiro momento, resolvi estudar para concurso “é agora e vou com toda a intensidade porque quero passar”, mas não era bem assim. Depois, fui para um cursinho e disse “agora é o caminho, estou no cursinho e vou passar”, mas também não era bem assim. Então, novo desafio.

Como render bem casa? Naquela época, o Alex Meirelles tinha feito um pdf de 20 páginas em que dava dicas para concurso, como ele fez para ser aprovado. Eu, basicamente, comecei a seguir aquelas dicas: ciclo de estudo; revisão periódica; resolução de questões.

Era basicamente isso, funcionava e funciona até hoje por incrível que pareça. Vocês ficam vendo várias e várias teorias buscando a fórmula mágica, mas a mesma coisa que fiz em 2009 é o que os aprovados fazem até hoje.

Pouco tempo atrás, entrevistei um aluno meu aprovado na Secretaria de Fazenda de Alagoas e ele estudou dessa forma: leitura, revisão periódica via questões (e muitas questões), aprovação.

Então, nessa época, aprendi a estudar de fato, fiz ciclo de estudo, escolhi as matérias, estava estudando todos os dias e percebi que o que me fazia crescer e evoluir como concurseiro era evoluir de pouquinho em pouquinho.

Era resolver um probleminha aqui, superar um pequeno obstáculo ali, era otimizar minha rotina, melhorar meus horários e meus hábitos principalmente.

É por isso que, no fim das contas, vocês veem esse canal no Youtube, para onde estou colocando esse vídeo, com dicas de organização pessoal, de auto desenvolvimento, desenvolvimento de hábitos e tudo isso fez muita diferença para mim a partir daquele momento em que já sabia como estudar, que só tinha que continuar a estudar, andar cada vez mais na direção certa.

Perceba que não era uma questão de intensidade, “hoje vou estudar muito, entrar de cabeça”, na verdade era o contrário, os dias em que fui aumentando a carga horária aos poucos até que cheguei em 6 horas líquidas todos os dias mesmo estando o dia inteiro em casa.

Identifiquei que esse era meu limite (6 horas líquidas) antes do edital ser publicado e mais do que isso fico cansado. Teve um dia que empolguei e fiz 10 horas líquidas, mas no dia seguinte fiz apenas 4 horas líquidas, estava super cansado e ficava me distraindo, ou seja, ultrapassei meu limite.

 

Identificar seu limite é muito importante.

 

Tem gente que se sente cobrada por estar em casa e que precisa se dar cada vez mais e não pode descansar, sentar no sofá porque a família está bancando, porque a esposa está ajudando, porque está deixando de ficar com os filhos.

Calma. Não é bem assim. Você tem um limite do que você aguenta. Se você forçar a barra e passar desse limite, você pode pifar. Por um lado, eu estava tentando otimizar minha rotina, fazer cada vez melhor, estudar um pouco mais, reduzir o intervalo, começar a estudar mais cedo, melhorar no dia a dia mesmo.

Entretanto, ao mesmo tempo, tinha que evitar as recaídas e comecei a me perguntar: quando tenho recaídas, quando rendo menos, quando tenho menos vontade de estudar, quando sinto falta de estímulo? Quando eu saio da rotina.

Se em um fim de semana os amigos me chamavam para ir a um bar (fui algumas vezes, mas não bebia), me deitava tarde e, no dia seguinte, acordava mais tarde com mais preguiça, cansaço, mas também eu tinha mais vontade de sair.

Se eu fosse para uma praia ou se eu fizesse uma coisa muito diferente, no dia seguinte, dava vontade de fazer novamente. Se eu encontrasse a galera para bater um papo, depois dava vontade de encontrar de novo.

Então, quanto menos estudava, menos dava vontade de estudar. Quanto mais eu estudava, mais dava vontade de estudar. Naquele momento, abri mão de várias coisas na minha rotina, de convívio social especialmente, porque ficar em casa me ajudava a gostar e querer ficar em casa.

 

Novamente, a intensidade não é a questão.

 

Eu não podia tirar um dia de folga e no dia seguinte compensar e entrar com tudo. Isso era ruim. Ser muito intenso nos estudos e de repente ter picos de produtividade levava a vales de improdutividade. Não era bom ter essa oscilação. Não era bom buscar uma grande intensidade.

Outra coisa que tive que evitar foi a tentação de fazer outras provas. A família e os amigos sabiam e diziam: ”olha, está saindo o concurso tal, não vai fazer a prova?” Para quem está de fora, não tem a menor ideia do que que é.

Se você estuda para Auditor da Receita Federal e só está focado nessa prova, daqui há um mês tem uma prova de Agente da PF você não fará uma prova muito boa, há várias matérias que você não estuda. Mas as pessoas não percebem e não sabem isso, é falta de informação.

Fechar os olhos para outras provas sabendo que tinha um objetivo muito claro foi muito importante. Outra coisa era ter pressa. A pressa era minha aliada. Ela não fazia com que eu corresse e fizesse tudo mal feito, mas fazia com que eu me preocupasse em não falhar.

Todos os dias eu tinha que estudar, eu tinha que cumprir a minha meta, tinha que bater a carga horária prevista porque aquilo me aproximava da minha prova. Eu pensava que cada dia que não estudasse adicionava um dia no prazo para ser aprovado.

Uma semana que não estudava significava uma semana a mais para ser aprovado. Na prática é pior do que isso, mas gostava de pensar dessa forma. Mais uma vez a intensidade é inimiga, se você vê uma prova, sai um edital e decide entrar com tudo e pega dois, três meses e dá aquele tiro curto e tenta pegar todas as matérias específicas e cai de cabeça.

Normalmente, quem só estuda dessa forma, correndo de edital em edital, tem dificuldade e não consegue aprovação. Você consegue fazer várias provas e passar em vários concursos diferentes, mas o paradoxo é que para fazer várias provas você tem que ficar focado em uma prova durante muito tempo (já falei isso algumas vezes no meu canal).

Você tem que ter um objetivo e ficar nele durante muito tempo, terminar 10, 12 ou 15 matérias diferentes e, aí sim, quando sai um edital você só precisa estudar 2 ou 3 matérias que são inéditas para você.

 

Dá tempo para fazer isso pós-edital.

 

Fazer isso antes de ter terminado essas matérias é fatal. Então, no final das contas, ficou muito claro para mim que a intensidade era minha inimiga. O que precisava, na verdade, era de persistência, consistência, constância.

Tinha que fazer o pequenininho todos os dias, tinha que cumprir a meta diária, tinha que cumprir a programação, tinha que melhorar meus hábitos, tinha que evitar os picos de disposição, motivação porque depois vinham os vales de indisposição e de desmotivação.

Tinha que manter aquilo mais chato, mais monótono, mais repetitivo possível porque isso fazia com que eu colocasse a cada dia um tijolinho a mais na minha preparação.

No final das contas, construí uma parede que foi suficiente para ser aprovado com apenas 9 meses de estudo, mas foram 9 meses muito bem feitos, muito intensos, com pouquíssimas falhas, construindo uma rotina cada vez melhor, melhorando a minha persistência e consistência e não ligando para a intensidade.

 

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