Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concurso.
O celular é o maior inimigo do estudante.
Ele é seu maior inimigo com relação à concentração e, provavelmente, você nem sabe o quanto que ele te atrapalha. O celular faz parte do nosso dia a dia, você consegue fazer muitas coisas nele, inclusive coisas úteis como assistir uma vídeoaula, resolver questões de provas anteriores, dar uma lida no material.
Com isso, você se convence de que o celular é um mocinho e que até mesmo o Instagram, que é uma das drogas do século XXI, é bom porque ele traz notícias, você vê dicas de professores e vamos nos enganamos.
Vou te explicar por que que o celular faz mal. Não só o Instagram, mas porque o celular, de uma forma geral, faz mal e é péssimo para sua concentração de formas que você nem imagina. O primeiro problema com o celular é o mais óbvio, enquanto você está mexendo nele você não está estudando. Então, ele te atrapalha e toma tempo do seu dia.
Para os meus alunos e seguidores sempre falo na quantidade de horas líquidas de estudo. Se você estuda em casa, não adianta você ter de 08hs às 12hs para estudar, você não vai estudar 4 horas, isso são horas brutas.
Horas líquidas é o quanto você ficou realmente lendo seu material, revisando, fazendo questões, ou algo parecido, ou seja, de fato estudando. Isso é horas líquidas. Geralmente gira em torno de 75% das horas brutas. Das 08hs às 12hs uma pessoa normal faz 3 horas líquidas de estudo, e não 4 horas.
O celular te atrapalha a melhorar essa relação entre as horas líquidas e brutas.
Cada intervalinho vira um intervalão, ele faz com que você se atrase para começar os estudos e faz com que os intervalos fiquem mais longos. E, no final das contas, se você estuda menos é porque fica mexendo no celular.
Isso é o mais óbvio, se você está mexendo no celular então é porque não está estudando, esse é o aspecto mais óbvio do problema que ele traz para sua vida. Só que tem outros problemas que você não percebe. O intervalo, por exemplo, não só toma o seu tempo, mas traz outra consequência ruim que falarei mais a frente.
O celular alimenta um medo, que em inglês é representado pela sigla é FOMO (fear of missing out), é o medo de ficar de fora, é o medo de estar perdendo alguma coisa. Alguém te mandou uma mensagem, saiu uma notícia, alguém fez algo muito interessante e colocou no Instagram e você não está vendo.
Esse medo de ficar de fora, de ter saído uma notícia ou uma coisa muito importante te acompanha todo o tempo que você não está com o celular. Isso faz com que você divida sua atenção e, às vezes, de forma inconsciente.
Você está estudando, mas você está pensando no celular, lembra do Instagram, lembra das notícias, quantos mortos têm por causa do Coronavírus, ou algo assim, e isso fica puxando sua atenção mesmo que inconscientemente.
Às vezes, você até consegue ler o material, mas no fundo você está pensando em outra coisa também. Na verdade, foi feito um estudo mostrando o quão danoso é o celular para sua concentração mesmo que você não esteja utilizando e faz diferença o local onde ele está.
O estudo testou a capacidade cognitiva de alguns alunos em três situações.
Primeira, o celular estava em cima da mesa com a tela para baixo; segunda, celular dentro da bolsa ou mochila ao lado da mesa; terceira, o celular em outro cômodo, em outro lugar da casa, em um ambiente separado.
Acredite: quanto mais distante o celular, menos ele te atrapalha. O celular em cima da mesa (no canto da sua visão, mesmo que virado para baixo, no silencioso) tira sua concentração, ele faz com que você pense nele, mesmo que inconscientemente, você nem percebe que está lembrando do celular, mas está lembrando.
Isso diminui sua capacidade de se concentrar, de memorizar, de trazer o conhecimento à tona para resolver alguns testes básicos. Quando estudei para concursos há muitos anos, o celular nem tinha tantas coisas quanto ele tem hoje, era ruim, mal tirava foto, mas, mesmo assim, o colocava na sala, ele ficava longe de mim.
Tirei do meu quarto televisão, rádio e até o computador (comecei estudando pelo computador utilizando pdf de cursinhos e, mesmo assim, me distraia, dava uma vontade de entrar na internet, ver umas notícias, etc.).
Tirei tudo do meu quarto, transformei meu quarto em um santuário de estudos, ou seja, tirei todas as distrações. Para mim isso foi fundamental. Reconheço que hoje em dia é mais difícil, são muito mais estímulos, mais aplicativos, mas a solução é a mesma. Se livre disso fisicamente.
Existe um outro problema com o celular que é multitarefar, é mexer no celular e fazer uma outra coisa, seja estudando ou qualquer outra atividade que seja concomitante ao uso do celular. Essa multitarefa só atrapalha. Você consegue, de fato, fazer duas coisas ao mesmo tempo como conversar no Whatsapp e cozinhar. Normalmente você faz as duas coisas mal feitas.
Se você tem que estudar, aprender e memorizar, então a chance é mínima de você conseguir estudar (mesmo que seja treinando questões) e mexer ao mesmo tempo no celular. É certo que você está gastando seu tempo à toa porque o assunto não vai entrar na sua memória de longo prazo.
E para isso ficar claro para você, um dos grandes problemas de multitarefar é que você nunca consegue pensar numa forma melhor de fazer a tarefa.
Se você está mexendo no celular e fazendo uma outra coisa, você vai fazer essa outra coisa de um jeito ruim, de um jeito qualquer, sem mudar a metodologia, sem pensar no processo, sem pensar no que você poderia fazer de diferente ou melhor, se seu estudo está rendendo ou não, se está bom ou ruim.
Você nunca vai pensar sobre as outras coisas porque você também está pensando no celular.
Não existe evolução, ganho de qualidade, senso crítico de analisar se algo está legal ou não, se tem uma outra forma melhor de fazer porque você está multitarefando. Você deixa de pensar na qualidade daquilo que você está fazendo.
O processamento de informações acontece também em um nível inconsciente quando você está fazendo outras coisas, às vezes, um trabalho manual. Por isso que é tão relaxante fazer outra coisa como mexer no jardim, consertar coisas, mexer com miniaturas.
O trabalho manual faz com que você se concentre de fato em uma coisa e isso permite que seu inconsciente trabalhe tranquilamente e, às vezes, lembrando ou trazendo algumas informações para você ou processando outras coisas que aconteceram no seu dia, nas quais você nem está pensando conscientemente, mas que estão acontecendo.
Por exemplo, você encontra uma pessoa na rua e diz: “Oi, tudo bem?”, mas você não lembra o nome dela de jeito nenhum, mas uma hora depois quando você está tomando banho consegue se lembrar do nome dela.
Uma hora depois, quando você estava tomando banho, passando sabonete, fazendo algo manual e repetitiva, de repente, seu inconsciente libera aquela informação. Isso acontece com diversas coisas na sua vida e isso acontece também com relação aos seus estudos.
Muitas vezes quando você está focado em uma atividade, seu inconsciente está trabalhando na análise de outras ou para trazer outras informações à tona. Se você for fazer uma prova, é interessante dar uma passada de olho em toda a prova antes de começar, olhar os temas, a discursiva, algumas ou todas questões.
Só de ler o enunciado de algumas questões seu inconsciente já começa a trabalhar tentando buscar informações, conectando uma coisa a outra, analisando e, de repente, você nem lembra imediatamente da resposta mas daqui a meia hora, quando você chegar na questão, a informação vem de uma forma um pouco mais tranquila.
Ou você tem aquele insight, aquela lembrança que você não tem certeza, mas acha que é a resposta certa e acerta.
E nada disso acontece se você estiver multitarefando.
Você está pegando seu cérebro e dividindo ele para várias coisas, fazendo tudo ao mesmo tempo de forma ruim e você não se dá essa oportunidade de organizar os pensamentos e deixar seu próprio inconsciente funcionar em paz.
Se eu fosse estudar hoje para concurso ou vestibular eu provavelmente teria aquele celular analógico que só recebe chamada ou mensagem de texto, sairia de todas as mídias sociais, especialmente do Instagram. Instagram é ruim inclusive para quem cria conteúdo.
Eu não consumo conteúdo no Instagram, não olho o que as pessoas estão fazendo ou publicando, praticamente nada. Eu olho três a cinco pessoas e, ainda assim, atrapalha.
Não como consumidor de conteúdo, mas como criador, é fazer um post, pensar se ele ficou legal, dar uma olhada se teve algum comentário, alguém apontando se você falou algo errado, ver se teve muitas curtidas, se está acima da média ou abaixo, se o tema é legal ou não, faz um stories interessante, quantas pessoas estão visualizando, se o Instagram está distribuindo aquilo que você fez.
O Instragram vai te puxando de volta para a plataforma, não é à toa que você não consegue terceirizar tarefas no Instagram, não existe perfil de editor, é só o usuário, ele quer que você fique ali dentro daquela plataforma mexendo e sendo escravo dela todos os dias.
Eu não gosto do Instagram, mas eu tenho e se você segue outras pessoas, me siga também. Minha sugestão é: use o menos possível. Estabeleça um horário para o uso do celular. Uma coisa que tinha falado no começo é de não usar o celular nos intervalos dos estudos.
Você demora a colocar seu cérebro focado na capacidade de aprender, no estudo, na leitura. Quando você pega o celular, você pega a concentração e joga para o alto.
Seu cérebro esquece completamente aquela vibe do estudo e da concentração e entra na vibe frenética do uso do celular e das mídias sociais e, quando tenta voltar, fica vários minutos lembrando das coisas que você viu no Instagram tentando voltar o seu cérebro para aquela situação de concentração.
Você está estudando de forma picada e com baixa qualidade, está perdendo tempo, concentração frequentemente, porque a cada intervalo você joga sua concentração para o espaço novamente.
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