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E se as questões não cobrirem tudo? O risco dos assuntos inéditos no concurso

Por 09/02/2021fevereiro 12th, 2021Dicas, Técnicas, Videos

Olá! Meu nome é Diogo Moreira, sou Auditor Fiscal da Receita Federal e estou aqui para te ajudar a sair dessa “vida bandida” que é estudar para concurso.

Eu recomendo sempre aos meus seguidores e alunos que revisem via questões. Mas sempre me perguntam: e se as questões não cobrirem todos os detalhes? O resto fica sem revisar? A revisão fica completa só com questões? Nesse vídeo, eu apresento um estudo científico mostrando o que acontece com os assuntos que não são objeto das questões. Confira!

 

Revisar via questões e o problema dos assuntos que não estão nas questões.

 

Eu recebo essa pergunta frequentemente. Se você me segue no Youtube ou Instagram, você sabe que eu defendo o uso de questões, de testes, de você forçar sua memória no dia a dia dos seus estudos.

Então, sugiro revisão via questões, a sua fase avançada de estudos seja basicamente via questões e isso tem fundamento científico forte. Testar seu conhecimento, revisar via questões é bom para a memorização de longo prazo, não de curto prazo.

O que quero lhe mostrar é: como você vai revisar via questões um assunto e o risco desse assunto ou de outros assuntos não estarem na prova? “Diogo, estou revisando via questões, mas nem tudo está nas questões.

E se a banca examinadora malévola resolver cobrar algum assunto ou conhecimento que não está nas questões. Não vou revisar isso? O que vai acontecer com meu estudo?” Sobre essa dúvida do que fazer, se um assunto não está nas questões, se a banca inventar novidade, o que você faz?

“É melhor estudar 100% de todos os materiais teóricos porque pode ter alguma coisa nova na prova que a banca não cobrou ainda.”

 

Tenho duas respostas para isso.

 

A primeira é que a maioria das questões são sobre assuntos que já foram cobrados antes, 95% ou 97% das questões são sobre assuntos que já foram cobrados antes. Então, você está querendo ficar craque em 97% ou em 3%?

Você pode acertar esses 3% todinhos que não vai ser aprovado se não aprender os outros 97%. A grande questão é: o custo-benefício disso? Vale a pena gastar tanta energia, tempo em busca daquilo que não está em questão nenhuma e que a banca pode vir a cobrar para ganhar 1 ou 2 pontos dentre 120 pontos, por exemplo?

Talvez não.

Pesquisando, descobri um assunto científico de 2006 (Chan, Mcdermott e Roediger) que foi testado o seguinte: e as informações que não estão nos testes, nas questões? Será que fazer questões significa que a gente vai esquecer os assuntos que não são cobrados?

Esse estudo científico dividiu um grupo de participantes em três grupos. Cada grupo teve uma cobrança diferente em relação a um texto. Os três grupos leram o mesmo texto. O grupo um tinha que responder dois testes. O grupo dois tinha que apenas ler as duas respostas, ou seja, não teve que fazer os testes.

O grupo três não tinha que fazer nada. Os três grupos tinham que voltar depois de 24 horas. Qual desses grupos teve o melhor resultado? Calma, você já me segue e sabe que questões são a melhor forma de estudar.

Então, você já sabe que o grupo um fatalmente teve uma retenção melhor no longo prazo, um, dois, sete dias depois porque fizeram testes que melhoram a memorização de longo prazo. Mas, tem um aspecto diferente nesse estudo que é o que eles queriam testar. Os dois testes cobriam parte do material, existia parte do texto que não era cobrada nesses dois testes.

 

Após essas 24 horas, eles testaram os três grupos sobre esses assuntos que não estavam nos dois testes.

 

Eram similares, tinham alguma conexão, não eram coisas completamente separadas, mas não tinham sido objeto das duas questões.

O grupo um foi o que teve o melhor resultado em um teste feito 24 horas depois sobre coisas que não haviam sido cobradas nos dois testes.

O fato deles terem respondido esses dois testes fez com que o resultado fosse melhor que os outros grupos, mas, também, fez com que o resultado deles fosse melhor em assuntos não cobrados pelos testes.

Se você está estudando, revisando via questões no seu estudo para concurso público, você sabe que algumas coisas não são exatamente cobradas nas questões ou totalmente cobradas nas questões que você está treinando.

Às vezes, tem cinco princípios de alguma matéria e você pegou uma questão que cobrou três desses princípios. Mas, ainda sim, você vai melhorar sua capacidade de se lembrar dos outros dois princípios.

São assuntos correlatos, você está testando uma parte deles, mas isso, ainda sim, pode resultar em melhoria, em boa memorização dos detalhes que não foram cobrados diretamente nas questões que você fez.

 

Se você for novo no canal, quero chamar atenção para um assunto que falei em outro vídeo.

 

Foi feito um estudo parecido com esse. Um primeiro grupo fez uma leitura e três testes depois da leitura de um texto e o segundo grupo apenas leu o texto quatro vezes. Após 5 minutos, esses dois grupos foram testados.

O segundo grupo teve um resultado melhor. Ler o texto quatro vezes faz com que você, 5 minutos depois, se lembre mais do que fazer os testes. Entretanto, em outro teste realizado 7 dias depois, o primeiro grupo, que leu uma vez e testou o conhecimento 3 vezes, se lembrava mais e teve melhor resultado.

O grupo que testou mais lembrou mais no longo prazo, 7 dias depois. Então, tome muito cuidado porque ler várias vezes, escrever enquanto lê, fazer resumos, isso tudo lhe dá uma memorização de curto prazo, 5 minutos. Mas, no longo prazo, você vai perder.

Você fez uma prática intensiva, “martelando” no mesmo assunto várias vezes, 5 minutos depois você lembra, mas no longo prazo isso não é bom. Você ler uma vez e fazer questões é melhor para a sua memorização de longo prazo.

 

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Muito obrigado e até a próxima!

 

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Deixe seu comentário Um comentário

  • Valquiria Leandro dos reis disse:

    Muito legal e a história do prof Diogo serve de motivação ; minha meta e passa no TRE menos um ano de estudo

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